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11 dezembro 2015

5 coisas que aprendi - Um slide colaborativo



O final do semestre está aí e o olhar de cansaço dos alunos está aparente. Pensando em trabalhar habilidades integradas na língua inglesa e possibilitar um momento de reflexão em sala de aula, esta foi nossa experiência de ontem.

Busquei inspiração no site de Kieran Donaghy "Film English" e em sua proposta de trabalhar o vídeo de Maria Popova "Seven things I've learned in seven years of reading, writing and living". Criei uma apresentação Google como suporte, adaptando as ideias de Kieran e acrescentando outras atividades que julguei mais apropriadas para meu grupo: alunos universitários fluentes em Inglês.

Além das atividades propostas por Kieran http://film-english.com/2015/02/02/seven-things-i-learned-in-seven-years/, acrescentei duas atividades: uma colaborativa e outra que envolveria uma questão de escolha.

1. ATIVIDADE COLABORATIVA:
Depois de discutirmos sobre o tema, assistirmos ao vídeo e explorarmos o texto do vídeo, propus aos alunos construirmos uma apresentação colaborativa com o Google Presentations em que cada slide seria escrito por um aluno da sala. O tema seria "5 things I've learned since I started university" / "5 coisas que aprendi desde que comecei a universidade". Imaginei que seria interessante ouvir a voz dos alunos e ao mesmo tempo termos uma lembrança de algo construído por todos durante nossa disciplina.

2. ESCOLHA DE UM ARTIGO DO BLOG
A segunda atividade, que infelizmente não foi implementada por falta de tempo (os alunos estão em época de provas finais e não queria sobrecarregá-los ainda mais), seria pedir aos alunos que selecionassem um dos artigos do blog Brain Pickings de Maria Popova para leitura e em seguida, escrever uma mensagem em nosso grupo do Facebook compartilhando a leitura e suas impressões.


Voltando à atividade 1, passo agora a descrever a preparação da atividade. 

Preparação da atividade colaborativa 


No dia anterior à aula, escolhi um modelo de Google Presentation do site SLIDES CARNIVAL. Gosto muito da simplicidade dos modelos de apresentação do Google, no entanto, queria algum "template" que fosse mais visual. Encontrei um que me lembrou das cores do blog de Maria Popova.



Qual a vantagem de selecionar um template para o slide colaborativo?
A grande vantagem é harmonizar a apresentação, deste modo, cada aluno coloca sua contribuição obedecendo a um visual uniforme de cores, fontes e imagens. Esta padronização também poupa muito tempo já que o aluno passa a focar no conteúdo que será colocado em seu slide.

Como utilizar um template pré-definido e preparar a atividade para os alunos?
Assista o tutorial abaixo para aprender o passo-a-passo.



Uma vez preparada a apresentação Google e alterada a configuração para que todos os alunos pudessem editar os slides com facilidade, em sala de aula, compartilhei o link da apresentação e pedi que cada aluno com seu dispositivo móvel (sim, temos wifi bom em nossa sala de aula e praticamente todos os alunos têm um laptop, tablet ou celular para trabalhar online) primeiramente digitasse seu nome em um dos slides. 

DICA: é importante encurtar o link da apresentação para que os alunos possam digitar e encontrar o arquivo com facilidade. Para encurtar utilizei https://goo.gl/


Disse aos alunos que refletissem um pouco sobre o que gostariam de escrever. Eles poderiam ser poéticos, sérios, simples, engraçados, como preferissem, contanto que fossem respeitosos com sua linguagem.

Pouco a pouco, os textos em Inglês foram surgindo e cada um foi deixando seu "piece of wisdom" em nossa apresentação conjunta. EU ACHEI MUITO BOM! E você, dá uma olhada, o que achou?

 

Dedico este post aos alunos queridos da RI UFU que têm feito meus dias mais alegres. 



09 setembro 2015

Organizando minhas aulas com o Google Drive




Este ano comecei um novo trabalho em uma universidade. Ainda trabalho com o ensino da língua inglesa, mas brinco que mudei de faixa etária. Como trabalharia muito com leitura de textos e com turmas que variam de tamanho, decidi organizar meu trabalho fazendo uso do Google Drive, buscando uma sala de aula "quase sem papel".

Planejo compartilhar aqui, na Caixa de Experiências, algumas coisas simples que têm me poupado muito tempo e têm modificado muitas de minhas dinâmicas em sala de aula.

Primeiramente, criei uma pasta no Google Drive para cada disciplina que ministro e compartilhei estas pastas com meus alunos (precisei do gmail deles). Foi muito simples, na primeira aula, abri o Google Drive no projetor, conectei com a internet e pedi que os alunos pouco a pouco viessem digitar seu próprio email. Decidi habilitar para que os alunos possam visualizar (mas não editar) tudo que está na pasta daquele curso, como o plano de ensino, o programa do curso que vamos construindo e adaptando a cada aula, uma lista de presença que é completada a cada aula, os artigos e textos que sugiro para leitura e tudo que vamos construindo juntos.





Não levo para a sala de aula nada além do meu computador, pois é lá que posso acessar o Google drive com quase tudo que preciso. 

A pergunta que você poderia fazer é:  e se você não tiver internet?
Minha resposta é: No problem. É só instalar o aplicativo Google Drive para o laptop e tenho acesso a todas as pastas e arquivos mesmo sem conexão. Pedi que meus alunos fizessem o mesmo, assim não ficamos refém de conexão de internet. Com conexão ou não, todos nós temos acesso ao programa do curso com o que fizemos cada aula e com o planejamento do dia, temos a lista de presença, os textos trabalhados e as tarefas dos alunos. Assim que nos conectamos, seja na universidade ou em casa, as alterações que fizemos é sincronizada com os documentos online.

E se seu laptop não funcionar?
Ah ha! Também tenho tudo no meu celular! É só instalar o app do Google Drive.

Se você ainda não instalou o Google Drive no seu laptop, realmente vale a pena.



Além dos alunos terem acesso a esta pasta no Google Drive, pedi que cada turma escolhesse uma forma para que estejamos em contato. Não queria me comunicar com eles via email. Por experiência, universitários demoram um pouco para acessar seus emails, consequentemente, a comunicação não é lá tão efetiva. Algumas turmas escolheram grupo no Facebook e outra um grupo no Whatsapp.

Tem sido uma experiência bem interessante!

20 maio 2015

Todo mundo acordado para jogar


Na segunda, trabalhamos um pouco com lugares em uma cidade para que então hoje pudéssemos descrever uma cidade. 


Queria começar a aula revisando o vocabulário da aula passada com uma atividade diferente. Criei no site https://getkahoot.com/ um quiz com imagens e a frase simples "This is a ..." (Isto é ...) tinham quatro alternativas embaixo de cada imagem com palavras diferentes. 

Em sala de aula, perguntei quantos alunos tinham acesso à internet no celular (com crédito é claro), tínhamos 4 alunos com celular com crédito (8 alunos ao todo), sendo assim eles sentaram em dupla. Eu abri o jogo na internet, projetei na tela, mostrei o site que eles tinham que acessar http://kahoot.it e um código pin que eles tinham que colocar. Não é preciso criar conta, foi hiper rápido o acesso dos alunos. 

Eu então cliquei para iniciar o jogo. As duplas em seus celulares tinham que marcar a cor para a resposta certa, com limite de tempo. Ao final de cada questão, mostravam qtas pessoas tinham acertado. Eles adoraram. Sabe aquela hora em que o jogo termina e ele falam " Ah, não, vamos jogar mais?"



03 maio 2015

A técnica MINUTE PAPER



Compartilhando aqui uma técnica bem interessante que experimentei durante a pós que estou fazendo no momento. A professora que nos apresentou a técnica foi a profa. Dra. Andrea Filatro da Universidade Anhembi Morumbi.

De acordo com diferentes sites que procurei, a técnica MINUTE PAPER, é utilizada por professores fazendo uso do papel, como o nome diz. O objetivo é verificar rapidamente a compreensão dos alunos acerca de algum tópico específico. O professor faz uma pergunta e os alunos têm um minuto para escreverem suas respostas. Desta forma, em um minuto é possível ter o feedback de alunos.

Bom, li sobre a técnica antes do encontro síncrono no Skype com a prof. Andrea Filatro e fiquei curiosa para saber como seria isso no ambiente online.

Estou acostumada a ter encontros síncronos no Skype com o auxílio da Webcam, assim minha primeira surpresa foi saber que só iríamos utilizar o chat para nossa aula-conversa. Devo admitir que essa coisa de só conversar em chat com várias pessoas não me agrada muito; sinto que a conversa fica muito bagunçada e tenho dificuldades de acompanhar o raciocínio de todos.

Enfim, o encontro foi bem melhor do que eu imaginava. A dinâmica proposta pela professora era a seguinte: ela iria digitar uma pergunta e nós teríamos 1 minuto para responder, mas só iríamos clicar "enter" quando ela digitasse TEMPO ESGOTADO. Adorei a atividade. Você coloca seu cérebro para funcionar, sem barreiras e sem filtros. Tem que expressar sua opinião o mais rápido que puder e ao final do um minuto, clica ENTER. Em seguida, você lê o que todo mundo respondeu e tem a oportunidade de discutir, por meio de texto, o que cada um achou e os pontos em comuns. A professora então teve a oportunidade de esclarecer nossas dúvidas.



Essa uma hora que passamos juntos, se foi em um flash. Quando vimos já estávamos ao final e tínhamos discutido bastante. Gostei da experiência e vou experimentar nos cursos online que modero. Obrigada, Andréa, pela experiência!

O modelo SAMR

Sou professora de Inglês e usualmente quando vou estudar sobre tecnologias educacionais acabo lendo mais textos em Inglês. Mais recentemente, comecei a trabalhar com formação de professores brasileiros de áreas variadas e fico surpresa com a pouca quantidade de postagens e textos na área. Vejo alguns trabalhos acadêmicos, mas ainda um quantidade pequena.
Preparando um material sobre modelos conceituais para a integração de tecnologias digitais à educação, procurei imagens e material sobre o modelo SAMR, muito estudado no mundo e novamente, pouca coisa encontrei.
Compartilho aqui então um quadro criado para o curso APRENDIZAGEM MÓVEL da ConnectMe Education http://connectme.education e uma explicação sobre cada item. O modelo foi criado pelo Dr. Ruben Puentedura e tem seu foco nas atividades de aprendizagem. É muito utilizada também por professores para analisar como estamos progredindo em relação à integração de tecnologias em sala de aula.
Vamos dar uma olhada em cada nível:
SUBSTITUIÇÃO
É o nível mais básico de interação tecnológica, e devo acrescentar também o mais usual pelas poucas escolas brasileiras que autorizam o uso do celular como ferramenta pedagógica. Acontece quando uma tecnologia digital é usada para substituir um recurso anterior, ou seja, não há alteração significativa no aprendizado. Por exemplo: ao invés de utilizar lápis e papel escrever um texto, meus alunos digitam o texto em seus celulares.
AUMENTO
Seria a evolução do item anterior. Neste caso, o uso da internet ou qualquer outro meio digital auxilia a elaboração de uma atividade, provocando uma alteração no método. 
MODIFICAÇÃO
São tarefas transformadas por tecnologias digitais as quais não poderiam atingir suas capacidades plenas sem a tecnologia. O objetivo aqui é causar uma mudança estrutural na aula, desenvolvendo novas habilidades nos alunos. 
REDEFINIÇÃO
São atividades antes impensadas se não houvesse a tecnologia utilizada. As ferramentas digitais são parte integrante do processo e não algo extra. 

Aprender línguas é como ...



Sabe aquele dia em que decide começar sua aula de um jeito diferente? FOI ONTEM.

Não foi nada espetacular.

ADORO animações e tenho uma playlist no Youtube com os vídeos que acho legais para utilizar em sala de aula. http://goo.gl/nypk0b

Cheguei na escola ontem e estava com vontade de começar a aula com um vídeo. Saí do script, havia imaginado uma aula completamente diferente.

Dei uma olhadinha na minha lista e decidi pelo vídeo “A Cloudy Lesson”. Assisti ao vídeo novamente e pensei no que poderíamos fazer.

Lembrei-me das nossas aulas sobre Pesquisa Narrativa e a Formação de professores com a professora Dilma de Mello e o professor Shaun Murphy. Alguns dias, começávamos as aulas com a leitura de uma história. Em seguida, cada um falava sobre as metáforas que percebia e a relação com o que estávamos estudando. Que momentos preciosos!

Pensei que poderíamos fazer o mesmo. Será que meninos e meninas de 13 e 14 anos conseguiriam perceber a relação entre a história e a experiência de aprender Inglês? Resolvi tentar.
Assim que os alunos entraram na sala de aula já com as luzes apagadas, viram a imagem do vídeo projetada no quadro. Disse que iríamos assistir um vídeo muito bonitinho e que gostaria que eles tentassem encontrar conexões (não utilizei o termo metáforas pra não assustar kkkkkk) entre a história do vídeo e a experiência de aprender Inglês.

PARO nesse instante pra que você assista ao vídeo e AÍ SIM, volte a ler o texto. Assistiu? Agora, vamos ao que aconteceu em sala de aula.

Assim que o vídeo terminou, vi alguma ansiedade nos olhares dos alunos. Pedi que em pares, eles discutissem o que imaginaram, em Inglês ou em Português.

Depois de algum tempo, fui pedindo a cada dupla (em Inglês) o que haviam discutido. Alguns alunos tentaram explicar em Inglês, outros perguntaram se poderiam se expressar em Português. “Sure, you can express your ideas in any language you prefer right now”, eu respondi.

O que ouvi me trouxe um sorrisão nos lábios.

“Quando aprendemos outras línguas, aprendemos a nos expressar de diferentes formas. As nuvens de diferentes formas são as várias maneiras que podemos nos expressar em outras línguas.”


“Aprender línguas requer esforço. No começo é difícil, mas se a gente se esforçar a gente consegue.”
“O velho é o professor e a criança, o aluno. O velho mostrou ao menino como fazer a nuvem, mas o menino só conseguiu depois que ele tentou, tentou e tentou. Assim é com a gente também. O professor pode mostrar pra gente, mas a gente só aprende se tentar.”

“O menino aprendeu com o velho, mas o velho também aprendeu com o menino. Todos aprendem uns com os outros.”

“Aprender inglês é difícil. No começo, a gente erra, faz nuvens diferentes, mas não quer dizer que nossa nuvem tá errada, ela só é diferente.”

Que coisa linda, gente! Meninos e meninas de 13 anos, pensando e expressando como viam a experiência de aprender Inglês. E não é que eles viram muito mais coisas do que eu havia imaginado!
Só queria compartilhar esse momentinho com vocês. :)

E-mail é coisa de velho?



A reflexão de hoje começou ontem, kkkkkk. Li uma postagem de uma professora que muito admiro sobre o uso de e-mails para promover o contato entre alunos com o mundo. Achei a ideia interessante, no entanto, questiono a escolha do e-mail para desenvolver a escrita por alunos adolescentes. 

Logo a seguir, compartilhei o projeto em minha linha de tempo:


A conversa que se seguiu com minha mestre se tornou interessante:



Me pergunto:
Será que as pessoas que idealizaram este projeto e escolheram o e-mail como gênero digital imaginam estar utilizando algo mais próximo da realidade dos alunos? 
Será que é fundamental trabalhar o gênero e-mail com adolescentes?
Será que é importante trabalharmos em sala gêneros textuais que quase não mais existem, por exemplo carta e cartão postal?
Sei que nossos adolescentes não utilizam o e-mail como ferramenta de comunicação, mas será que terão que utilizá-lo quando forem adultos ou será que outra forma de comunicação o substituirá no futuro?

Não tenho essas respostas e quero deixar bem claro que não estou criticando o projeto que suscitou essa postagem, estou sim, tentando refletir sobre os gêneros textuais e a influência em nossa escrita.

Uma vantagem dos gêneros carta e email, apesar de pouco ou nada utilizados pelas novas gerações, é o tamanho de texto escrito. O gênero de escrita utilizado no whatsapp, no snapchat e no chat do facebook convida quem escreve a ser suscinto e as trocas de turno acontecem rápido, como um ping pong.

Recentemente, durante o projeto Hello, there! que desenvolvi com meus alunos, um dos desafios esteve relacionado com esta questão. As conversas escritas assíncronas entre os alunos pareciam não fluir com frases tão curtas. Nós utilizamos a plataforma Edmodo que é bem parecida com o Facebook, e o objetivo foi que meus alunos do Brasil conversassem com alunos da Argentina e assim utilizarem a língua inglesa para aprender um pouco sobre o outro. A vivência de meus alunos com o meio digital para a comunicação é com chat, deste modo, esta foi a forma que começaram a se comunicar e não estava funcionando.



Pensei no gênero carta e em como funcionava quando trocava cartas com uma amiga americana: nossas cartas em resposta uma para a outra eram mais ou menos proporcionais à carta que recebíamos. Vou tentar explicar melhor: se recebia uma carta de uma página, tentava sempre escrever  um texto proporcial ou maior, nunca mais curto. 

Assim, sugeri aos meus alunos que tentassem escrever textos mais longos com perguntas sobre assuntos que gostariam de saber. E não é que funcionou?

Toda essa experiência me fez refletir sobre como a escolha do gênero textual pode influenciar o desenvolvimento de projetos. Será que se tivesse escolhido o e-mail como meio de comunicação os problemas surgidos seriam os mesmos? Acredito que não, outros problemas surgiriam e outras soluções seriam pensadas.

Volto novamente à pergunta do título: E-mail é coisa de velho? 

Talvez sim, mas por que não trabalhar com gêneros atuais e gêneros velhos também?

Poderia ser uma vivência diferente para os alunos, não é?